Atos em defesa da Democracia
A Maloka é uma associação apartidária, por esse motivo nossa participação nos atos próximos às eleições de 2022 foram sempre no sentido de posicionar nos em contra do governo Bolsonaro e do fascismo, em defesa da democracia, das candidaturas indígenas, negras e populares como força institucional necessária para a transformação do país em prol do bem comum da população.
Nesse sentido abrimos as portas do nosso local para a comunidade brasileira acompanhar tanto o primeiro quanto o segundo turno das eleições em 2018 e em 2022. No segundo turno das últimas eleições a Televisão Española esteve cobrindo a apuração desde nossa sede, sendo possível ver as imagens da comunidade emocionada com a derrota de um governo de extrema direita que tanto mal causou ao nosso país.
Fora Bolsonaro
Organizamos junto ao Coletivo pelos direitos no Brasil várias manifestações em Madrid denunciando as políticas do ex-presidente Bolsonaro e seu governo, como a extinção de políticas públicas que favorecessem às camadas mais vulneráveis da nossa sociedade, incluídas pessoas negras, indígenas, populações ribeirinhas, trabalhadores rurais e do campo. Também denunciamos o crescimento de atos violentos promovidos pelos seguidores das ideologias propagadas por esse governo é fortemente incrementadas por discursos de ódio muitas vezes proferidos pelo próprio ex-presidente.
Rejeitamos indignadas o total descaso com o qual Bolsonaro decidiu lidar com a Pandemia. O alarmante número de mortes e contágios decorrente da Covid-19 foi resultado direto do desprezo com que o governo brasileiro se posicionou diante de uma emergência mundial deixando desamparadas à própria sorte milhares de pessoas pertencentes aos grupos mais vulneráveis economicamente no nosso país. O desmantelamento do SUS, assim como a extinção do Programa Mais Médicos, fez com que essas populações estivessem mais desprotegidas do ponto de vista de cuidados médicos.
A Amazônia e outros biomas naturais bateram recordes em desmatamento, e durante os quatro anos que Bolsonaro esteve no poder nenhuma terra indígena foi demarcada. Durante seu desgoverno aumentou a pobreza, o número de pessoas sem teto e a desigualdade social.
Fora Feliciano
Em 2013 realizamos um ato de protesto no centro de Madrid pedindo a saída do deputado Marcos Feliciano (PSC) da presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e contra o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 234/2011), conhecido popularmente como projeto “Cura Gay”.
O pastor Marco Feliciano respondeu a processos no Supremo Tribunal Federal por homofobia e estelionato. Ele já declarou que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva ao ódio, ao crime e à rejeição. Em 2011 escreveu no Twitter que “os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e que essa maldição é que explica o “paganismo, o ocultismo, misérias e doenças como ebola” na África.
Em junho de 2003 realizamos uma performance em Lavapiés contra Feliciano e a “cura gay”, representando o casamento entre duas mulheres: “Amor Incondicional” e “Liberdade Absoluta”. O enlace matrimonial foi interrompido por Feliciano, exigindo a presença de um médico para confirmar a doença das duas mulheres. A história teve final feliz: o médico declarou que as noivas estavam em perfeita saúde e quem estava doente seria o próprio pastor, que terminou se apaixonando pelo doutor e saindo do armário. Afinal houve dois casamentos: Amor Incondicional com Liberdade Absoluta, Feliciano e o médico.
Fora Temer – Contra o golpe
Nos manifestamos várias vezes contra a tentativa de golpe e logo contra o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff.
Independentemente da posição que cada um pode ter sobre o governo Dilma – desde nossa Associação havia várias críticas – consideramos que o Impeachment da presidenta foi um golpe à democracia, impulsado por setores da sociedade contrários às liberdades democráticas, setores classistas e racistas que buscavam manter seus privilégios econômicos e impedir a repartição da riqueza e a aplicação de planos sociais que melhorassem as condições de vida do povo brasileiro.
Posteriormente foi confirmado que Dilma Rousseff não cometeu nenhum dos crimes fiscais dos quais havia sido acusada.
Nosso compromisso, como organização cultural, social e apartidária, sempre será com os valores democráticos e o bem estar da população brasileira.
Ele não
As mulheres brasileiras em Madrid não fomos exceção na onda de manifestações, que ocorreram no Brasil e no mundo, para repudiar a candidatura de extrema direita de Jair Bolsonaro, quem, durante sua campanha, fez discursos de odio, misóginos, racistas e homofóbicos com a intenção explícita de retirar visibilidade social e direitos civis alcançados pelos grupos mais vulneráveis, como a população LGBT, indígenas, negros e mulheres. Pela paz, democracia, direitos humanos, respeito às diversidades, às mulheres, à população LGTBI+, à natureza, aos povos indígenas e afro-descendentes, gritamos bem alto: Ele Não!